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Famílias realizaram protesto na estrada de Itaúnas contra despejo de áreas em Angelim
Famílias realizaram protesto na estrada de Itaúnas contra despejo de áreas em Angelim
Famílias iniciaram às 6h30 desta sexta-feira (25) uma manifestação na rodovia ES-010, trecho de acesso à Vila de Itaúnas, em Conceição da Barra. Uma das lideranças do movimento, Arthur Bernadino disse que o protesto é em razão de dois mandados de despejo expedidos pela 1ª Vara Cível de Conceição da Barra, em ações da empresa Suzano. Conforme disse, o movimento é pacífico. "Qualquer pessoa passa, menos a Suzano", afirma.
Arthur detalha que os mandados foram recebidos no dia 1l de abril e a execução do despejo está prevista para quarta-feira (30). Conforme os manifestantes, as áreas abrangidas nas ações de despejo são de 1.680,40 e 806,82 hectares, que totalizam 2.487, 22 hectares, localizadas em Angelim I.
Arthur, que preside a Associação de Artesãos de Itaúnas, contesta as ações de despejo, frisando que a área é demarcada pelo Incra desde 2003. Conforme relata, aproximadamente 200 famílias residem nas áreas, sendo que mais 50 não têm moradia, mas trabalham no local.
Ele afirmou que as áreas da ação de despejo foram retomadas pelas pessoas de famílias tradicionais
quilombolas a partir de 2009. "A gente tem em torno de 250 famílias que trabalham na área. Alguns com moradia, com casa. Eles falaram que era barraco de lona. Mas já tem gente com 15 anos, 16 anos morando dentro. Então, a reivindicação é para não tirar os povos tradicionais quilombolas" - afirmou. Arthur disse que já há recursos contra ações de despejos, sendo acionados Ministério Público, Defensoria Pública e políticos, para tentar reverter a situação. Ele salienta que a manifestação continuará por tempo indeterminado.
Nota da Suzano:
A Suzano reconhece seu papel relevante nas regiões onde atua e sempre busca manter um diálogo aberto e transparente. A empresa respeita, reconhece e desenvolve diversas iniciativas de promoção social, ambiental e cultural com as comunidades tradicionais da região, razão pela qual, não pode concordar com manifestações que impedem o direito de ir e vir não apenas da Companhia mas de toda a sociedade.
Destaca ainda que cumpre rigorosamente a lei e reforça que todo o processo de reintegração da área – que teve início em 2015 – foi amplamente debatido na esfera judicial. É de ressaltar que ao longo desse período o processo contou com manifestações do INCRA, Fundação Cultural Palmares e Ministério Público Federal, concedido absoluto direito ao contraditório e ampla defesa aos invasores, culminando no pleno convencimento do juízo da ilegalidade da invasão, portanto, tendo seguido seu curso até a Reunião Preparatória prevista para 30 de abril e reintegração de posse em data ainda a ser definida.
Para além de todas as garantias já previstas na decisão judicial, a Suzano, por mera liberalidade, desenvolve uma ação humanizada de reintegração ao apresentar aos invasores, comprovadamente vulneráveis, diversas medidas de gestão social.
A empresa salienta também que é promotora de um amplo diálogo fundiário no Estado do Espírito Santo, ao coliderar com a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, uma mesa de conciliação e diálogo sobre o tema quilombola em que a Suzano participa, em conjunto com outras organizações, e na qual tem mantido contato direto com as comunidades tradicionais e suas demandas.